O Uso das Telas e a Distorção da Imagem Corporal nas Mulheres
- Tatiane Volff
- 22 de jul.
- 3 min de leitura
Nos últimos anos, o uso das telas, principalmente por meio de redes sociais, tornou-se uma parte significativa da vida cotidiana. As plataformas digitais, como Instagram, Facebook, TikTok e outras, têm sido fundamentais para estabelecer conexões, promover estilos de vida e até mesmo moldar comportamentos. No entanto, um dos efeitos mais alarmantes dessa constante exposição às telas é a distorção da imagem corporal, especialmente entre as mulheres.
A Construção da Imagem Corporal nas Redes Sociais
A imagem corporal, ou seja, a forma como uma pessoa percebe e sente o seu corpo, é influenciada por uma série de fatores. Entre eles, a mídia desempenha um papel preponderante. Desde a infância, as mulheres são constantemente bombardeadas com padrões estéticos e de beleza impostos por filmes, revistas, propagandas e, mais recentemente, pelas redes sociais.
Essas plataformas sociais, muitas vezes, exibem um tipo de beleza que é difícil de atingir e, frequentemente, irreal. Através de filtros, edição de fotos e vídeos, as mulheres muitas vezes se comparam com uma versão “perfeita” de si mesmas que é amplificada digitalmente. Isso cria uma desconexão entre o que elas veem nas telas e o que é real.
A Distorção da Realidade e Seus Impactos
Com a popularização de influenciadoras digitais e celebridades que possuem corpos "idealizados", muitas mulheres passam a perceber suas próprias imagens como insuficientes ou imperfeitas. Esse processo, conhecido como dismorfia corporal, é caracterizado por uma visão distorcida do corpo, onde a pessoa sente que está constantemente abaixo dos padrões de beleza amplamente promovidos.
Pesquisas indicam que o uso excessivo das redes sociais está diretamente relacionado ao aumento da insatisfação com a imagem corporal e, em casos mais graves, ao desenvolvimento de distúrbios alimentares e outros problemas de saúde mental. Mulheres jovens, em particular, estão mais vulneráveis a esses efeitos devido à busca pela validação social e ao desejo de se enquadrar em um padrão de beleza idealizado.
A Psicologia Por Trás da Distorção Corporal
Do ponto de vista psicológico, essa distorção pode ser vista como uma resposta a uma sociedade que constantemente reforça normas de beleza inalcançáveis. Muitas vezes, essas pressões externas afetam profundamente a autoestima das mulheres, que começam a acreditar que seu valor está atrelado à aparência física. A psicologia cognitivo-comportamental, por exemplo, busca identificar esses pensamentos distorcidos e promover uma visão mais equilibrada e realista do corpo.
Além disso, a constante exposição a padrões irreais pode reforçar o conceito de que a mulher precisa ser "perfeita" para ser aceita, o que pode levar a uma busca incessante por dietas, procedimentos estéticos e outras práticas prejudiciais. Esses comportamentos muitas vezes são incentivados pelas próprias plataformas, que monetizam a busca pela “imagem ideal”.
Superando a Distorção: Educação e Autocuidado
Embora as redes sociais e as telas tenham um impacto considerável sobre a imagem corporal, existem maneiras de mitigar esse efeito negativo. O primeiro passo é promover uma educação crítica sobre o uso das plataformas. Incentivar as mulheres a questionar as imagens que consomem e a se conscientizarem de que muitas delas são manipuladas ou idealizadas é fundamental para a construção de uma visão mais realista de si mesmas.
Além disso, práticas de autocuidado, como mindfulness, terapia cognitivo-comportamental e a busca por atividades que fortaleçam a autoestima, são essenciais para ajudar as mulheres a se reconectarem com seus corpos de maneira saudável. Essas abordagens ajudam a desconstruir a ideia de que o valor de uma mulher está unicamente em sua aparência, promovendo um conceito mais holístico de bem-estar e autoestima.
Conclusão
O uso das telas e das redes sociais, embora traga muitos benefícios de conectividade e acesso à informação, também tem um impacto negativo na forma como as mulheres percebem seus corpos. A distorção da imagem corporal gerada por padrões irreais é um fenômeno crescente, alimentado pela edição de imagens e pela busca incessante pela perfeição. No entanto, a conscientização, a educação crítica e práticas de autocuidado podem ser poderosas ferramentas para ajudar as mulheres a superarem essas pressões e construírem uma imagem corporal mais saudável e realista. O caminho para a mudança começa com a compreensão de que a verdadeira beleza vai além do que as telas nos mostram.






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